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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Eles estão cá, basta ver os escritos clonados para saber quem são.



Porque este blogue dá especial atenção aos media, reproduzimos extratos de “Rede de Propaganda” editado pelo ODiario.info (aqui)

Rede de Propaganda

Dois úteis artigos recordando a actividade da CIA, praticamente desde a sua fundação, na manipulação da informação nos EUA, nomeadamente através da inclusão de jornalistas e editores nas suas folhas de pagamento. Não será de modo nenhum especulativo afirmar que essa manipulação se ampliou à escala global, e não admira que o mesmo suceda com as folhas de pagamento. Não é isso, afinal, que se sente quando se lêem ou ouvem certos jornalistas e comentadores no nosso país?

«… breve resenha histórica de como, no auge da Guerra Fria, a CIA criou o seu próprio elenco de escritores, editores e publicistas (que cresceu a ponto de incluir 3000 indivíduos) que pagava para rabiscarem propaganda da agência no quadro de um programa chamado Operação Mockingbird. Essa rede de desinformação era supervisionada pelo falecido Philip Graham, anterior editor do próprio jornal de Timberg, o Washington Post.»
«A CIA tem tido jornalistas na sua folha de pagamentos praticamente desde a sua fundação em 1947, facto estridentemente reconhecido pela própria Agência quando em 1976 - altura em que G.H.W. Bush assumiu a sua direcção sucedendo a William Colby – anunciou que “a partir deste momento a CIA não assumirá qualquer relação remunerada ou contratual com qualquer correspondente jornalístico, a tempo parcial ou a tempo inteiro, acreditado em qualquer serviço noticioso dos EUA, jornal, periódico, radio, rede ou estação de televisão”.
Embora esse anuncio destacasse que a CIA continuaria a “acolher com simpatia” a cooperação voluntária, gratuita, de jornalistas, não há qualquer razão para acreditar que a Agência cessou efectivamente os pagamentos por baixo da mesa ao Quarto Poder.
A sua prática anterior a 1976 nesta matéria está de algum modo documentada. Em 1977 Carl Bernstein abordou o tema na Rolling Stone, concluindo que mais de 400 jornalistas tinham mantido algum tipo de associação com a Agência entre 1956 e 1972.
Em 1997 o filho de um conhecido alto responsável da CIA nos seus primeiros tempos afirmou enfaticamente - embora off the record – a um membro de CounterPunch que o poderoso e malévolo colunista Joseph Alsop estava, “evidentemente, na folha de pagamentos”.

A manipulação da imprensa foi sempre uma preocupação emblemática para a CIA, tal como para o Pentágono. No seu Secret History of the CIA publicado em 2001, Joe Trento descreveu como em 1948 o agente da CIA Frank Wisner foi nomeado director do Gabinete de Projectos Especiais, em breve renomeado Gabinete de Coordenação de Políticas (Office of Policy Coordination - OPC). Este tornou-se o ramo de espionagem e contra-informação da CIA, e em primeiro lugar na lista de funções que lhe foram atribuídas estava “propaganda”.
Mais tarde no mesmo ano Wisner montou uma operação com o nome de código “Mockingbird” visando influenciar a imprensa doméstica norte-americana. Recrutou Philip Graham do Washington Post para gerir o projecto a partir do interior dessa indústria. Trento escreve que “Um dos mais importantes jornalistas sob o controlo da Operação Mockingbird era Joseph Alsop, cujos artigos eram publicados em mais de 300 jornais.” Outros jornalistas dispostos a promover os pontos de vista da CIA incluíam Stewart Alsop (New York Herald Tribune), Ben Bradlee (Newsweek), James Reston (New York Times), Charles Douglas Jackson (Time Magazine), Walter Pincus (Washington Post), William C. Baggs (Miami News), Herb Gold (Miami News) and Charles Bartlett (Chattanooga Times).
Por alturas de 1953 a Operação Mockingbird tinha influência preponderante sobre 25 jornais e agências de notícias, incluindo New York Times, Time, CBS, Time. As operações de Wisner eram financiadas pela transferência de fundos destinados ao Plano Marshall. Algum deste dinheiro era utilizado para subornar jornalistas e editores.“

No seu livro Mockingbird: The Subversion of the Free Press by the CIA, Alex Constantine escreve que nos anos 50s, “uns 3,000 empregados assalariados ou contratados pela CIA estavam de algum modo empenhados em tarefas de propaganda”.»

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