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quarta-feira, 6 de julho de 2016

“Sobre jornalismo” - José Martí


Em artigo  publicado em 1892, José Martí define a missão do jornalismo deste modo:
 “... que não ocorra uma manifestação da vida cujos acidentes diários não surpreendam o jornalista: assim se faz um bom diário. Dizer o que a todos convém e não deixar de dizer tudo o que a alguém possa convir. Que todos encontrem no diário o que eventualmente precisem de saber. E dizê-lo numa linguagem adequada a cada espécie: escrevendo em todos os modos, menos no género fastidioso, desdenhando o inútil e sempre atento ao útil, com elegância.  Para que um periódico seja literário não é obrigatório que se verta nele muita literatura, mas que a tudo se dê uma forma literária. O periódico deve estar sempre como os correios antigos:  cavalo ajaezado, rédea segura e a espora no tacão. Ao menor acidente, deve saltar para a sela, sacudir a rédea e dar brida ao cavalo para que ninguém consiga chegar antes dele. Deve fazer o resumo de livros para facilitar a sua leitura aos carecidos de tempo, de vontade ou de dinheiro.  E “levar” ao teatro para assistir a uma peça como se estivessem sentados em cómoda butaca – efeito produzido por uma alinhada e judiciosa revista - os pobres e os preguiçosos. Deve desobedecer aos apetites do interesse pessoal, mas defender imparcialmente o bem  público. Deve ser coquete para seduzir, catedrático para explicar, filósofo para melhorar, traquinas para penetrar, guerreiro para combater. Deve ser útil, são, elegante, oportuno, impressivo. Em cada artigo deve ver-se a mão enluvada que o escreve, e os lábios sem mancha que o ditam. Não há ceptro melhor do que um bom periódico”.
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En el artículo "Sobre periodismo", publicado en Patria en 1892, Martí define la misión del periodista de la siguiente manera:
"que no haya una manifestación de la vida, cuyos diarios accidente no sorprendan al diarista: eso es hacer un buen diario. Decir lo que a todos conviene y no dejar de decir nada que a alguien pueda convenir. Que todos encuentren en el diario lo que pueden necesitar saberlo. Y decirlo con un lenguaje especial para cada especie: escribiendo en todos los géneros, menos en el fastidioso de Bibeau, desdeñando lo inútil y atendiendo siempre lo útil, elegantemente. Que un periódico sea literario no depende de que se vierta en él mucha literatura, sino que se escriba literariamente todo. El periódico debe estar siempre como los correos antiguos, con el caballo enjaezado, la fusta en la mano, y la espuela en el tacón. Al menor accidente, debe saltar sobre la silla, sacudir la fusta, y echar a escape el caballo para salir pronto y para que nadie llegue antes que él. Debe, extractando libros, facilitar su lectura a los pobres de tiempo. O de voluntad o de dinero. Hacer asistir a los teatros, como sentados en cómoda butaca que este efecto hace una alineada y juiciosa revista, a los pobres y a los perezosos. Deber desobedecer los apetitos del bien personal, y atender imparcialmente al bien público. Debe ser coqueta para seducir, catedrático para explicar, filósofo para mejorar, pilluelo para penetrar, guerrero para combatir. Debe ser útil, sano, elegante, oportuno, saliente. En cada artículo debe verse la mano enguantada que lo escribe, y los labios sin mancha que lo dicta. No hay cetro mejor que un buen periódico".


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