De que lado estão os media no debate que se coloca sobre o cumprimento dos contratos de associação com os colégios privados? As reportagens não deixam dúvidas!
Em primeiro lugar, ai da direção duma escola pública que ousasse instrumentalizar os seus alunos, indo-os buscar às salas de aulas para manifestações de "televisão ver"! O Carmo e a Trindade chegariam ao Lumiar e a Carnaxide!
Em segundo lugar, a areia dos títulos e dos comentários tem deitado aos olhos a ideia falsa de que o que está em causa é o fim dos contratos de associação com os colégios, quando a informação - obrigação primeira de quem faz as notícias - deveria ser que existem colégios que, com os financiamentos que lhe são prestados para prestarem serviços na área da sua rede, vão recrutar "clientes" a zonas exteriores, com carreiras de transporte que não são permitidas a qualquer escola pública; que outros casos serão de empresas-negócio da área da educação que, por portas travessas e conluios políticos conseguiram contratos em espaços sobrepostos com escolas públicas, concorrendo com elas com operações de marketing, liberdade de gestão financeira e desregulação laboral que às públicas - e bem! - são vedadas.
Em terceiro lugar, contrariamente à imagem que os media não se cansam de passar, a qualidade não é propriedade privada e o desemprego dos professores não é público nem é privado - é desemprego! Não é necessário despedir professores. Os professores do ensino privado sabem bem que trabalham muito mais horas letivas do que aquelas que lhes permitiriam prestar um ensino de qualidade e existem também muitos professores do ensino público, desempregados, que são necessários ao ensino para elevar a sua qualidade.
E não há três sem quatro, os media de opinião deveriam ir além do senso comum, quando replicam as falácias de que "cada um deve poder escolher a escola que quer para os seus filhos", " do que não interessa se é privado ou púbico, o que é preciso é serviço" ou de que - no que há contas para todos os gostos - de que "o ensino privado fica mais barato que o ensino público"!...
Contas feitas, e disso estamos todos à espera, é louvável a intenção do governo de apenas, e só apenas, fazer cumprir a lei. Mas a isso, os media fora-da-lei, não têm dado atenção!
Entretanto, a opinião comum nada espera, interesses ocultos, cardeais seculares e manifestantes domésticos negociarão com secretários e as letras da imprensa navegarão em águas de bacalhau! O primeiro ministro ficará com os louros de afrontar os interesses instalados, os proprietários dos colégios agradecerão diante dos crucifixos das suas salas de aula enquanto os pais e professores dos meninos os ensinarão a temer os ideais socialistas da constituição. Todos vamos ficar muito satisfeitos e esquecidos que, afinal, mais uma vez, o arroz não trazia bacalhau.
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