Pressões! Lóbis! Manipulação! Tudo sobre
os media atuais.
Desde sempre, os homens de poder
controlaram a informação. Durante muito tempo, censuraram as verdades que
punham em perigo o seu domínio. Antigamente amordaçava-se o mensageiro. Um
método que viria a tornar-se contraprodutivo. Num universo mediático de
proliferação descontrolada, a censura brutal chama a atenção e multiplica o
impacte da informação que se quer esconder. O alarido mediático tornou-se o
melhor aliado dos novos censores. Profissionais aguerridos têm por missão fazer
com que o cidadão não entenda aquilo que ouve… Já não se censura, «gere-se a
perceção» do público. Nasce uma verdadeira censura com os seus estrategas: os spin doctors, como lhes chamam nos
países anglo-saxões. A sua razão social: vender-nos a verdade do mais forte. As
técnicas de manipulação de informação empregues quotidianamente sob os nossos
olhos são múltiplas e extraordinariamente inteligentes. Aplicam-se a toda a
cadeia da informação. Primeiro, há que esconder a verdade. Se a verdade
aparecer, há que fazer pressão sobre os mediadores capazes de a substituir,
ameaçá-los, aterrorizá-los, seduzi-los, comprá-los. Se a verdade for difundida
pelos media, há que controlar o impacte sobre a opinião e tudo fazer para que
não seja ouvida e, sobretudo, para que não crie uma emoção popular. Através de
exemplos concretos, vividos, que narra com a inspiração de um contador
talentoso, Paul Moreira pinta um retrato impressionante deste universo da
desinformação. Quer se trate de militares (americanos no Iraque ou franceses na
Costa do Marfim), de financeiros ou industriais (a indústria farmacêutica é uma
mina de ouro nesse domínio) ou de políticos (os staffs de George Bush e Nicolas
Sarkozy são especialistas temíveis), todos empregam os mesmos métodos fundados
sobre uma convicção simples: o cidadão, como o consumidor, é manipulável se se
souber carregar nas teclas certas.
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