.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Já ninguém liga aos rankings das escolas a não ser os jornais


Os rankings das escolas surgiram há uns anos atrás com um propósito básico: promover o ensino privado. Só isso explica que uma comunicação social, que apenas dispensa espaço à educação quando há uma intoxicação alimentar ou o álcool dum chouriço assado na cantina chamusca os cabelos duma adolescente, dê tanta manchete ao assunto.

Os anos foram passando, os resultados foram sendo tratados à medida de cada um. O lugar nas tabelas diz muito pouco, contradiz as verdades duns anos para os outros e já ninguém dá grande importância ao tema porque se vai comprovando que a ordenação das escolas por notas de exames não serve para nada, porque o ensino não é bem a mesma coisa duma corrida de cavalos.

Apenas os jornais continuam a tentar impingir a conclusão que se quer tirar à força: o ensino privado é melhor que o ensino público. E, por isso, os títulos e os estudos apenas incidem sobre esse termo de comparação. Nunca ousarão lembrar-se em comparar escolas urbanas com escolas de província, escolas do centro com escolas da periferia, escolas de gente abastada com escola de gente modesta, escolas da parque escolar com escolas sem condições físicas, escolas expostas ao sol com escolas sombrias, nem sequer escolas privadas onde se paga bem com escolas privadas com contrato de associação. Não, a única comparação que lhes ocorre é: escolas cujo dono é alguém e escolas cujos donos somos todos.

Uma escola com os melhores resultados nos exames só por acaso poderá ser a melhor escola  - fica aqui dito.

Sem comentários:

Enviar um comentário