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terça-feira, 29 de setembro de 2015

A DITADURA MEDIÁTICA (transcrição)

No site do CLUBE de JORNALISTAS:

A ditadura mediática

28 DE SETEMBro DE 2015

A deriva à direita do sistema mediático europeu já tem mais de duas décadas, mas a trajectória acentuou-se neste século com a intervenção acelerada do capital financeiro. Bancos, holdings, multimilionários, têm adquirido posições dominantes nos media um pouco por toda a Europa. As consequências são conhecidas: concentração empresarial, despedimentos, substituição de directores, encerramento de publicações, inflexão editorial à direita, orientação populista de conteúdos.

Os serviços públicos de rádio e televisão não têm sido poupados. O governo de direita que levou a Grécia ao desastre chegou ao ponto de encerrar a rádio e a televisão públicas, para eliminar um fluxo informativo rigoroso e independente.

O conceituado investigador Vicenç Navarro alerta para o facto de nenhum dos principais media de Espanha ser de esquerda ou de centro esquerda. O mesmo acontece em Portugal.

Em França, estão à vista os resultados da ofensiva financeira. O grupo L’Express está debaixo de fogo de Patrick Drahi e só a redacção do magazine que lhe dá o nome vê sair 40% dos trabalhadores. Enquanto isso, outro multimilionário muito activo no sector dos media, Vincent Bolloré, tomou conta do Canal+, que adoptou em poucas semanas uma orientação “simpática” para com a FN de Marine Le Pen.

A estes factos e opiniões junto dois textos de José Pacheco Pereira e Joaquim Vieira, que ajudam a entender a realidade portuguesa. É, sem dúvida, uma discussão em aberto, mas incontornável.

João Alferes Gonçalves

» É mau, mas quem é que quer saber? (José Pacheco Pereira)

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