“Há mais
políticos com contratos permanentes nos media
do que lugares na maior bancada parlamentar da Assembleia da República”
Rosa Pedroso Lima, in Expresso, 2/3/2019
(Público 08-03-2019)
Estes números confirmam a existência
de uma nova classe que, na linguagem dos seus detractores, é a classe
político-mediática. Evidentemente, ela também supõe a reversibilidade: a classe
mediático-política. Quando já não houver mais nada para além da lei deste
hífen, teremos atingido um estado homogéneo que se configura como uma nova
versão do fim da História, isto é, do fim da política e do fim do jornalismo. O
processo não se deu por invasão, mas por hospitalidade, o que o tornou mais
sereno e eficaz. A pouco e pouco, os media transformaram-se em rampas de
lançamento para políticos voadores, ou em estâncias de retiro para engordar
reformas e cultivar prestígios de políticos opulentos. O espaço público
mediático povoado por uma tagarelice política que funciona em circuito fechado,
eis o nosso destino. A esta classe hifenizada devemos fazer a pergunta: quem
são os políticos e quem são os jornalistas?
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