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sábado, 6 de janeiro de 2018

Se disserem que amanhã há tempestade, duvidem sempre


Os media não mentem só por razões políticas, por servirem a voz dos donos ou por falta de investigação sobre a verdade da notícia original. Os media mentem por dá cá aquela palha, por cliques ou por audiências.

A evolução científica e tecnológica tem permitido aperfeiçoar os métodos de previsão da meteorologia mas não ao rigor e ao pormenor que muitos serviços querem fazer parecer: o tempo daqui a um mês, às dez horas de amanhã trovoada em Albergaria dos Doze, o aviso com cores, são coisas a que já nos habituámos - às vezes acertam, outras tantas não.

Os media gostam do tema e ao menor indício dramatizam a previsão: fazem manchetes, ampliam as informações, desenvolvem notícias e o recetor iça as antenas, clica, lê e comenta com o vizinho. Isto porque está preocupado porque vai fazer uma viagem, porque espera uns amigos a quem quer mostrar a zona, porque tem de mudar o telhado, porque tem de fazer a vindima ou muita roupa para enxugar.
Enfim, o estado do tempo é uma coisa que interessa a todos. Não é por acaso que é o tema porque puxamos quando temos de inventar conversa para não dizer só bom dia.

Isto aconteceu este fim de semana, os tipos, lá prenderam os seus leitores, ouvintes, cliques na página, gostos, para grande consolo dos contadores, alerta, alerta e está certo, o tempo não está por aí além mas também não era preciso exagerar tanto garantindo que vinha aí uma tempestuosa tempestade com nome e tudo.

Eu que queria festejar 25 anos, fiquei chateado. Fiquei chateado, não por o tempo não estar assim tão mau, talvez um pouco por ter adiado a festa, sobretudo, por ter clicado em tudo o que anunciava tempo, escutado com atenção os noticiários, ter acreditado na conversa do meu vizinho e afinal o céu até estar lindo.
- 25 anos eu? Eu não disse de quê! Poderia ter havido festa se não tivesse acreditado nos media que nos enganam a curiosidade por trinta moedas.

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