A conceituada escritora e jornalista
Ana Margarida de Carvalho, após 24 anos de jornalismo na ‘Visão’ “coagida a assinar um contrato de rescisão, tudo
menos amigável.” (ler AQUI)
Recebi a notícia sem me surpreender,
a inteligência e a verticalidade atemorizam os medíocres.
Olhei em redor e, de entre muitos,
fixei-me nalguns livros: «A formação da mentalidade submissa e A intoxicação
linguística, ambos de Vicente Romano», «Reflexões sobre a vaidade dos homens de
Matias Aires (1750)», «A Arte de Furtar do Padre Manuel da Rocha (1650)» e
porque os medíocres “quando em rebanho são perigosos” e “a mediocridade é
virulenta” fixei-me no «El hombre medíocre de José Ingenieros (1915)»
E reli:
«A mediocridade é moralmente
perigosa e globalmente nociva em certos momentos da história em que reina o
clima da mediocridade.
Épocas há em que o equilíbrio social
se inclina em seu favor. O ambiente torna-se refratário a todo o anseio de
perfeição; os ideais esgotam-se e a dignidade ausenta-se; os homens
acomodatícios têm a sua primavera florida. Os Estados convertem-se em
mediocracias; a falta de aspirações, que mantenham um alto nível moral e
cultural aumentam continuamente o lamaçal.
Embora isolados passem
despercebidos, em conjunto constituem um regímen, representam um sistema
especial de interesses inalteráveis. Subvertem a escala de valores morais,
falseando nomes, desvirtuando conceitos; pensar é um desvario, a dignidade é
irreverência, é lirismo a justiça, a sinceridade é tontice, a admiração uma
imprudência, a paixão ingenuidade, a virtude uma estupidez.
Vivem da mentira, nutrem-se dela,
semeiam-na, regam-na, podam-na, e colhem-na. Assim cresce um mundo de valores
fictícios que favorece o horizonte dos obtusos.»
Como se diz no facebook: gosto!
ResponderEliminar