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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Uma outra informação!

do jornal avante!:






A pescada

Referindo-se às eleições presidenciais, e em particular a Marcelo Rebelo de Sousa, designava um colunista de um jornal diário de «Presidente pescada», ou seja, antes de o ser já o era. Parece ser este mesmo o cenário destas eleições: colunistas, opinadores, jornalistas e alinhamentos de telejornais a quererem fazer crer que essa maçada das eleições é absolutamente dispensável, e que o resultado do acto eleitoral de dia 24 próximo já está definido.
São os próprios produtores de tais factos (os mesmos que há 10 e 5 anos traçavam um cenário idêntico de vitória avassaladora de Cavaco Silva), os tais que «tanto vendem sabonetes como presidentes da República», que agora registam com cínica admiração que estas eleições estão fora do centro da atenção da população, fora da prioridade das notícias, fora da atenção mediática. Curioso: quem faz alinhamentos surpreende-se com os alinhamentos…
Esta farsa feita para demonstrar que o resultado eleitoral dispensa a vontade de cada um, e é como a pescada, tem dimensões verdadeiramente despudoradas. Numa ronda de entrevistas, a SIC dedica com pompa e circunstância 43 minutos a Marcelo Rebelo de Sousa, no Jornal das 20, em jeito de «conversas em família» na Faculdade de Direito. O deleite dos entrevistadores é evidente, e tem momento alto quando Marcelo é questionado acerca da possibilidade de concorrer a um segundo mandato (!). Extraordinário. Esquecem-se, com certeza, que lhe falta ainda ganhar o primeiro…
A ronda prossegue com a entrevista a Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa, também no Jornal das 20, mas desta vez de 23 minutos, e nos estúdios da SIC. Na «Liga dos últimos» ficam os restantes candidatos, entrevistados na SIC notícias (disponível a quem o possa pagar) e uns envergonhados 15 minutos. O tom das perguntas, como seria de esperar, não se repete. Basta pegar no exemplo da entrevista a Edgar Silva, questionado sobre a eventualidade de desistir, de quem apoiará numa segunda volta, etc., culminando com o que a entrevistadora considerou ser obrigatório sublinhar com veemência e opinião, contrariando o que o candidato havia respondido: mas o PSD ganhou as eleições!
Poderíamos enumerar outros exemplos como tantos dias de campanha, com e sem candidato, em que nos 30 segundos que a caixinha mágica permite passar sobre a candidatura de Edgar Silva, tudo é reduzido à resposta à encomenda de reacção a qualquer perdigoto de Marcelo naquela semana. Ignora-se o tema da iniciativa, a multiplicidade das vertentes do programa desta candidatura, que é protagonista por direito próprio, desta batalha eleitoral.

No dia 4 de Outubro passado, os «vendedores de sabonetes» enganaram-se, o povo português frustrou a campanha que desencadearam ao longo de meses. Dia 24 de Janeiro, o povo português lá estará, com o poder na mão de não juntar o seu voto ao de Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco Silva e Ricardo Salgado, rejeitando o seu candidato – Marcelo Rebelo de Sousa – e tomando partido pelos valores de Abril com o voto em Edgar Silva – um homem justo para Presidente.

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