“A Intoxicação Linguística”[DERIVA] de Vicente Romano (pág. 11 do Primeiro Capítulo).
«Numa entrevista
concedida no Outono de 1952 ao New York Times,
Albert Einstein explicava por que não podia ser criadora de ciência
a pessoa carente
de visão do mundo
e de consciência histórica.
Não basta
ensinar uma especialidade,
afirmava. Dessa forma até
se pode ser uma máquina
proveitosa, mas
nunca uma pessoa
valiosa. O que
importa é perceber aquilo
a que vale a pena aspirar. De outra forma, com todo o conhecimento especializado, fica-se mais parecido com
um cão
treinado do que
com uma personalidade
harmonicamente dotada.
O cientista
tem de conhecer as motivações dos seres humanos, aprender a conhecer as suas aspirações
e as suas dores,
adquirir uma atitude
correcta diante do próximo
e da comunidade. (Albrecht, 1979:9)
Estas preciosas qualidades adquirem-se no contacto entre as pessoas
e não apenas
nos livros
de texto e através
da especialização precoce. Isto é o que
constitui, essencialmente, a cultura.
Entre
os traços fundamentais
de uma educação conta-se o desenvolvimento de uma consciência
crítica nos
jovens, um
pensamento que
conduza a uma vontade democrática. Perante
isto, caberia questionar:
a) se a crescente especialização implica
o distanciamento dos cientistas e especialistas
relativamente à filosofia;
b) que contributo dão hoje os cientistas
para o desenvolvimento
de uma imagem efectivamente cientifica
do mundo. (5)
Quanto
melhor se entenda a relação
entre cosmovisão, pensamento
e conhecimento, tanto
mais se facilitará a compreensão do devir
histórico desta relação.
“Mas o pensamento
teórico” – apontava Engels na Dialéctica da Natureza
– “não é uma qualidade
inata, segundo
a disposição. É preciso
desenvolver, educar essa disposição e para tal educação não existe até hoje melhor recurso do que
o estudo da filosofia.
O pensamento teórico
de cada época,
e também o da nossa,
é um produto
histórico que
adopta formas e conteúdos
muito diferentes
em tempos
diferentes. A ciência
do pensamento é, pois,
como qualquer
outra, uma ciência
histórica, a ciência
do desenvolvimento do pensamento humano”.
A linguagem, como
terrorismo, dirige-se aos civis e gera medo, exerce violência
simbólica ou psicológica.
Produz efeitos que
vão para além do significado.
As palavras
são como
doses minúsculas
de veneno que
podemos engolir sem
nos darmos
conta. À primeira
vista não
parecem provocar efeito,
mas ao fim
de um tempo
acaba por manifestar-se a reacção tóxica. “O homem
é tão propenso
ao efeito hipnótico
dos lemas como
às doenças contagiosas”, dizia Köestler.
A mais
letal das armas é a linguagem. Sem palavras não há
guerra.»
(5) A recente
(2007) disposição governamental
– de um Executivo
auto-denominado socialista – que suprime a específica
de Filosofia no final
dos estudos pré-universitários em Portugal dir-nos-á muito
sobre este
crucial ponto
sublinhado por Vicente Romano (NT).
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