Eugénio Rosa – Economista
Sobre a “objetividade” e
“credibilidade” dos comentadores e do jornalismo em Portugal
Nas últimas semanas os portugueses
têm assistido a um espetáculo que merece uma reflexão séria. Jornalistas e
comentadores, que perdem a objetividade e o bom senso, e procurando condicionar
o PS e a opinião pública, destilam um discurso agressivo contra aquilo que
designam por “esquerda radical”, e mesmo um anticomunismo primário e serôdio,
que se pensava que já tinha desaparecido do país. Um presidente da República que,
perdendo o sentido de Estado e à velha maneira de Salazar, divide os
portugueses em bons e maus portugueses e decide que os representantes destes
últimos não têm o direito de estar no governo e, se pudesse, substituiria a
velha declaração salazarista que era obrigatória para ingressar no Estado - “ativo
repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas” - por uma outra com os
seguintes dizeres: “ativo repúdio das ideias contrárias ao euro, ao Tratado
Orçamental, à União Europeia, e aos mercados”. A Constituição da República é
substituída por aquilo que chamam “boas práticas democráticas”, ou por “quem
ganha deve governar” mesmo que não tenha a maioria na Assembleia da República,
sendo os mesmos que consideram que a eleição do presidente da Assembleia da
República pela maioria dos deputados é “um movimento de meia dúzia de pessoas,
que na sua sobrevivência política tentam impor-se à própria democracia". Tudo
isto, e mesmo mais, se ouviu e é veiculado maciçamente, sem contraditório, por comentadores
e jornalistas (felizmente não todos) que dominam os principais órgãos de informação
procurando assim condicionar os portugueses. Se não tivesse outro objetivo, pelo
menos teria a vantagem de mostrar a “objetividade” e a “credibilidade” do
jornalismo dominante em Portugal, e a verdadeira face dos que se ocultam sob
uma frágil capa democrática, que estala quando sentem que podem perder o poder
ou temem perder as graças do poder. Tudo isto merece uma reflexão atenta por
parte dos portugueses. Neste contexto é essencial recordar o que aconteceu nestes
últimos 4 anos, até para que a gigantesca operação de manipulação e de
branqueamento do passado recente, que está em curso, não tenha êxito. Para
isso, vamos analisar o que sucedeu numa área vital para vida e bem-estar dos
portugueses, que é a prestação dos serviços públicos.
CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL FEITA PELO
PSD/CDS À CUSTA DOS TRABALHADORES
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