Escândalo do netzpolitik
Procurador alemão demitido
A decisão foi anunciada na sequência de uma vaga de protestos, por parte de partidos e sindicatos, contra uma investigação que representava um atentado à liberdade de imprensa.
Na véspera, o porta-voz do governo alemão, Christiane Wirtz, já tinha vindo a público defender a liberdade de imprensa como um «bem valioso e sensível», manifestando dúvidas sobre o processo aberto pela procuradoria-geral.
Por seu turno, o procurador reagiu, acusando o governo de «interferir numa investigação porque os possíveis resultados da mesma não parecem oportunos», atitude que qualificou de «intolerável para a independência do poder judicial».
No final de Julho, o blog netzpolitik.org foi notificado da instauração de um processo por «alta traição», por haver publicado extractos de documentos confidenciais dos serviços secretos (BfV), que revelavam a formação de uma unidade de vigilância da Internet.
Dias depois, já sob uma chuva de protestos, o procurador suspendeu a investigação e pediu uma peritagem aos documentos, de modo a certificar-se se constituíam ou não matéria de segredo de Estado.
A resposta terá sido positiva, mas o Ministério da Justiça, segundo Harald Range, ordenou a paragem do processo.
Alemanha beneficiou
com crise grega
A Alemanha ganhou mais de cem mil milhões de euros (3% do PIB) com a crise na Grécia, revelou, dia 10, um estudo do Instituto de Investigação Económica Leibniz.
«Nos últimos anos, sempre que surgiram notícias negativas sobre a Grécia, as taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão caíram, e sempre que as notícias da Grécia foram boas, estas subiram».
Os benefícios que a Alemanha obteve por esta via «excedem os custos da crise». «Mesmo que a Grécia não devolva um cêntimo, o erário público alemão já beneficiou financeiramente», constata o estudo, lembrando que os cofres germânicos investiram cerca de 90 mil milhões de euros em pacotes internacionais de financiamento
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- Edição Nº2176 - 13-8-2015
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